domingo, 3 de março de 2013

9º ano - saibam que poetas podem ver na escuridão



       Contextualizando...


Quero começar este ano falando de poesia. 
Qualquer lugar pode ser a casa da poesia, pois ela nasce das coisas mais comuns às mais extraordinárias.

Quem faz poesia, usa a língua portuguesa de uma forma mais profunda e mais contundente, transformando palavras "ordinárias" em palavras de poder.

Adoro a canção "Língua" de Caetano Veloso.  Assista no you tube. 





"Gosta de sentir a minha língua roçar a língua de Luís de Camões 
Gosto de ser e de estar
E quero me dedicar a criar confusões de prosódia
E uma profusão de paródias
Que encurtem dores
E furtem cores como camaleões
Gosto do Pessoa na pessoa
Da rosa no Rosa
E sei que a poesia está para a prosa
Assim como o amor está para a amizade
E quem há de negar que esta lhe é superior?
E deixe os Portugais morrerem à míngua
"Minha pátria é minha língua"
Fala Mangueira! Fala!"
Flor do Lácio Sambódromo Lusamérica latim em pó
O que quer
O que pode esta língua?
[...]

A poesia fala de tudo. 
A gente pensa que poesia fala apenas de amor, mas isso não está correto. Embora, quando ela fala de amor, fala de um jeito...

Ouça Vinícius de Moraes recitando seu poema "Soneto de Fidelidade"


Segundo o poeta, Paulo Leminski, a sociedade precisa dos poetas. Veja:
  

Não tenha preconceitos. Poesia não é só sentimento, coisa melosa e piegas, como muitos pensam. "Poesia é transgressão, é a subversão da língua. Ela pode fugir às normas estabelecidas conforme o efeito que se quer criar". A poesia pode apontar caminhos para a existência.

Leia o poema "Subversiva" de Ferreira Gullar



A poesia
quando chega
não respeita nada.

Nem pai nem mãe.
Quando ela chega
De qualquer de seus abismos

Desconhece o Estado e a Sociedade Civil 
Infringe o Código das  Águas
Relincha

E só depois
Reconsidera: beija
nos olhos os que ganham mal
Embala no colo
os que têm sede de felicidade
E de justiça.

E promete incendiar o país.


Ou ainda a canção de Marcelo D2 "Qual é?"


Poesia não pode ser dita de qualquer maneira, poesia tem ritmo. Por isso, desde seu nascimento, poesia e música se misturam. 
Para ir finalizando esse encontro, um professor recita o poema de Manuel Bandeira, "trem de ferro". Confira, clicando:

http://www.youtube.com/watch?v=Pog-LGHzlTg

e a parte inicial do grande poema “Morte e Vida Severina” de João Cabral de Melo Neto


Morte e vida severina
(Auto de Natal Pernambucano)

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