domingo, 31 de março de 2013

Tipos de poema - Forma


A poesia pode ser escrita de diferentes formas. Algumas rígidas, como o soneto e o Haicai; outras, nem tanto, como a poesia modernista.
Exemplos:
  • Soneto:  composição composta de 14 versos, com número variável de sílabas, sendo o mais frequente o decassílabo (dez sílabas) e cujo último verso (dito chave de ouro) concentra em si a ideia principal do poema ou deve encerrá-lo de maneira a encantar ou surpreender o leitor. [Fonte Houaiss]

O Soneto apresenta-se com 2 quartetos (estrofe com 4 versos)  e 2 tercetos (estrofe com 2 versos). 

Leia este de Florbela Espanca:

TÉDIO

Passo pálida e triste. Oiço dizer:
"Que branca que ela é! Parece morta!"
E eu que vou sonhando, vaga, absorta,
Não tenho um gesto, ou um olhar sequer...

Que diga o mundo e a gente o que quiser!
-- O que é que isso me faz? O que me importa?...
O frio que trago dentro gela e corta
Tudo que é sonho e graça na mulher!

O que é que me importa?! Essa tristeza
É menos dor intensa que frieza,
É um tédio profundo de viver!

E é tudo sempre o mesmo, eternamente...
O mesmo lago plácido, dormente...
E os dias, sempre os mesmos, a correr...


Para saber sobre métrica e rimas, há um excelente site que você pode visitar. É só clicar http://www.sonetos.com.br/escrever.php


  • Haicai:  Para conhecer sobre este tipo de poema clique aqui
viver é super difícil
o mais fundo
está sempre na superfície
Paulo Leminski
Pra ver e ouvir mais,  a obra de Leminski na voz de Arnaldo Antunes:


  • Acróstico s.m. Composição em verso cujas letras iniciais (às vezes as mediais ou as finais), lidas no sentido vertical, formam uma ou mais palavras, que são o tema, o nome do autor ou o da pessoa a quem foi dedicada a composição.
  • Felicidade maior que se 
    Instalou em minha vida 
    Luz que ilumina e me mostra o 
    Horizonte a seguir… Abrigo 
    Onde repouso meus 
    Sonhos, sem nunca pensar em desistir
Há, ainda, outras possibilidades. Para você conhecer um pouco mais:
  • poesia concreta - movimento na poesia do século XX que trabalhou `a exaustão a FORMA do poema. Experiência estética importantíssima como renovação do olhar para o poema e seu suporte.  Para saber mais sobre poesia concreta, acesse http://www.youtube.com/watch?v=QzA1zyIWNdg



sexta-feira, 29 de março de 2013

auto-apresentação poética

Vasculhando um livro sobre Vinícius de Moraes, li a poesia intitulada "Auto-retrato". Como a atividade- desafio é justamente sobre isso, inspire-se.

Auto-retrato

Nome: Vinicius. Por quê?
O Quo Vadis, saído em 13
ano em que também nasci.
Sobrenome: de Moraes
De Pernambuco, Alagoas
e Bahia (que guardo em mim).
Sou carioca da Gávea
bairro amado, de onde nunca
deveria ter saído.
Fui, sou e serei casado
e apesar do que se diz
não me acho tão mau marido.
Filhos: três e um a caminho
Altura: um metro e setenta
Meão, pois. O colarinho
trinta e nove e o pé quarenta.
Peso: uns bons setenta e três
(precisam ser reduzidos...)
Dizem-me poeta; diplomata
eu o sou, e por concurso
jornalista por prazer
nisso tenho um grande orgulho
breve serei cineasta
(ativo). Sou materialista.
deito mais tarde que devo
e acordo antes do que gosto.
[...]
Infância: pobre mas linda
tão linda que mesmo longe
continua em mim ainda.
[...]

domingo, 24 de março de 2013

Um Brasil que dá certo



Acesse o link do programa GloboUniversidade de sábado passado:
http://redeglobo.globo.com/globocidadania/videos/t/globo-universidade/v/unilab-integra/2473614/

domingo, 17 de março de 2013

arte grafite

ATIVIDADE - DESAFIO 2


Vamos ao GRAND FINALE...

No poema "Morte e Vida Severina" , na parte da apresentação do retirante, João Cabral de Mello Neto, trabalhou a apresentação de Severino. 
Seu segundo desafio é fazer uma autoapresentação, seguindo o modelo poético de João Cabral.
A progressividade dos elementos, as rimas, o ritmo  e o tamanho dos versos devem ser observados. Quando você terminar de compor seu poema, leia-o em voz alta. Se gostar, então, com a ajuda de sua DUPLA, filme sua recitação. Pode ser em casa, pode ser do jeito que você entender que te representa, seja na roupa, seja no lugar que escolher para recitar.   

PRAZO FINAL: 01/04 PARA A F9102 E 02/04 PARA A F9101  

ATIVIDADE- DESAFIO 1



Todo texto tem FORMA e CONTEÚDO. Além disso, cada texto possui uma ESTRUTURA escolhida pelo escritor.  Reconhecer essa forma dentro da forma é importantíssimo para encontrar o sentido e a beleza de cada texto. Na poesia não é diferente. A forma , às vezes , é o próprio poema - como nas poesias concretas.  Na leitura do poema de Manuel Bandeira abaixo, observe como ele foi escrito - a FORMA. E observe também que efeito a estrutura interna produz para a compreensão do poema.


Canção do vento e da minha vida

O vento varria as folhas,
O vento varria os frutos,
O vento varria as flores...
E a minha vida ficava
Cada vez mais cheia
De frutos, de flores, de folhas.

O vento varria as luzes,
O vento varria as músicas,
O vento varria os aromas...
E a minha vida ficava
Cada vez mais cheia
De aromas, de estrelas, de cânticos.

O vento varria os sonhos
E varria as amizades...
O vento varria as mulheres...
E a minha vida ficava
Cada vez mais cheia
De afetos e de mulheres.

O vento varria os meses
E varria os teus sorrisos...
O vento varria tudo!
E a minha vida ficava
Cada vez mais cheia
De tudo.


Observou??? Agora, produza um poema sobre qualquer tema, mas reproduza a ESTRUTURA do poema de Manuel Bandeira que você  observou.

domingo, 3 de março de 2013

9º ano - saibam que poetas podem ver na escuridão



       Contextualizando...


Quero começar este ano falando de poesia. 
Qualquer lugar pode ser a casa da poesia, pois ela nasce das coisas mais comuns às mais extraordinárias.

Quem faz poesia, usa a língua portuguesa de uma forma mais profunda e mais contundente, transformando palavras "ordinárias" em palavras de poder.

Adoro a canção "Língua" de Caetano Veloso.  Assista no you tube. 





"Gosta de sentir a minha língua roçar a língua de Luís de Camões 
Gosto de ser e de estar
E quero me dedicar a criar confusões de prosódia
E uma profusão de paródias
Que encurtem dores
E furtem cores como camaleões
Gosto do Pessoa na pessoa
Da rosa no Rosa
E sei que a poesia está para a prosa
Assim como o amor está para a amizade
E quem há de negar que esta lhe é superior?
E deixe os Portugais morrerem à míngua
"Minha pátria é minha língua"
Fala Mangueira! Fala!"
Flor do Lácio Sambódromo Lusamérica latim em pó
O que quer
O que pode esta língua?
[...]

A poesia fala de tudo. 
A gente pensa que poesia fala apenas de amor, mas isso não está correto. Embora, quando ela fala de amor, fala de um jeito...

Ouça Vinícius de Moraes recitando seu poema "Soneto de Fidelidade"


Segundo o poeta, Paulo Leminski, a sociedade precisa dos poetas. Veja:
  

Não tenha preconceitos. Poesia não é só sentimento, coisa melosa e piegas, como muitos pensam. "Poesia é transgressão, é a subversão da língua. Ela pode fugir às normas estabelecidas conforme o efeito que se quer criar". A poesia pode apontar caminhos para a existência.

Leia o poema "Subversiva" de Ferreira Gullar



A poesia
quando chega
não respeita nada.

Nem pai nem mãe.
Quando ela chega
De qualquer de seus abismos

Desconhece o Estado e a Sociedade Civil 
Infringe o Código das  Águas
Relincha

E só depois
Reconsidera: beija
nos olhos os que ganham mal
Embala no colo
os que têm sede de felicidade
E de justiça.

E promete incendiar o país.


Ou ainda a canção de Marcelo D2 "Qual é?"


Poesia não pode ser dita de qualquer maneira, poesia tem ritmo. Por isso, desde seu nascimento, poesia e música se misturam. 
Para ir finalizando esse encontro, um professor recita o poema de Manuel Bandeira, "trem de ferro". Confira, clicando:

http://www.youtube.com/watch?v=Pog-LGHzlTg

e a parte inicial do grande poema “Morte e Vida Severina” de João Cabral de Melo Neto


Morte e vida severina
(Auto de Natal Pernambucano)